Friday, June 6, 2008

Árbitros europeus esperam jogo mais corrido do que no Brasil

por Tiago Leme, de Regensdorf (SUI)

Pregando respeito e jogo limpo, a Uefa apresentou nesta quinta-feira os 12 árbitros e 24 assistentes que vão atuar na Euro-2008. Na linha do que a entidade que comanda o futebol europeu pediu, os juízes esperam um bom comportamento dos atletas para que interrompam a partida o mínimo possível.

O ideal da Uefa passa bem longe da realidade do futebol brasileiro. Enquanto nas ligas do Velho Continente a média de faltas por jogo gira em torno de 30, no Campeonato Brasileiro de 2007 a média foi de 44 infrações. No Nacional de 1999, esse número chegou à abusiva marca de 60 faltas.

Essa diferença é explicada mais pelo comportamento dos árbitros do que pelo estilo de jogo, segundo os próprios juízes europeus. “A maioria dos bons jogadores brasileiros joga na Europa, e eu já apitei vários jogos deles e da seleção do Brasil também. O que muda é que aqui na Europa todos preferem que o jogo seja mais corrido, não querem que o juiz pare o tempo todo. Talvez no Brasil não sejam aceitos alguns tipos de contato físico, mas aqui isso é aceito em algumas jogadas”, explicou o árbitro grego Kyros Vassaras, que foi escalado para o duelo entre Portugal e República Tcheca, pela segunda rodada do Grupo A.

O chefe de arbitragem da Uefa, Yvan Cornu, também due a sua opinião sobre a questão no futebol sul-americano. “Eu não acompanho direito o Campeonato Brasileiro, mas durante a Copa do Mundo pude perceber que os árbitros brasileiros são realmente mais duros”, afirmou.
Durante a preparação e durante a Eurocopa, os árbitros estão concentrados em Regensdorf, perto de Zurique, na Suíça, onde realizam treinamentos e recebem as instruções da entidade. Em cada partida que apitará no torneio, cada juiz receberá 10.000 mil euros, enquanto cada assistente embolsará 5.500 euros.

E para quem pensa que os homens do apito têm o prazer de apontar faltas e advertir um atleta, o eslovaco Lubos Michel garante o contrário. “Eu torço para que acontença o maior número de gols possíveis nos jogos em que trabalho. Prefiro muito mais ver gols do que dar um cartão amarelo ou vermelho.”

Foto: Árbitros e assistentes recebem instrução da Uefa durante a preparação em Regensdorf, na Suíça

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